Resumo
Numa abordagem multidisciplinar centrada na pessoa idosa, inserida na comunidade, realizou-se um projeto em que, mensalmente, foram mobilizados profissionais de saúde de um hospital para a realização de meios complementares de diagnóstico em utentes de unidades de cuidados de saúde primários, cujos polos se situam na periferia do Concelho. Este estudo deteve como objetivo caracterizar a população utilizadora dos Meios Complementares de Diagnóstico de proximidade. É um estudo observacional casuístico. População-alvo: utentes que realizaram meios complementares de diagnóstico (análises clínicas, eletrocardiograma e/ou ecografia de tecidos moles) inscritos nas unidades de saúde dos autores, entre 1 de abril e 31 de dezembro de 2021. A amostra contou com 243 utentes. Variáveis: dados sociodemográficos e clínicos. Fonte: processo clínico eletrónico (SClínico e RSE). Tratamento estatístico: Microsoft Excel. Como resultados obtivemos: Idade média: 65 anos; 60% amostra com idade igual ou superior a 65 anos. Residência: 98% residem em freguesias do Concelho. As análises clínicas revelam-se o MCD mais solicitado (71%). As patologias mais prevalentes, acima dos 65 anos, são: hipertensão arterial (80%), dislipidemia (71%), patologia osteoarticular (46%), obesidade (38%), doença neurocognitiva (32%). Constatou-se mobilidade reduzida em 26% dos utentes. Os utentes maiores de 65 anos evidenciam uma maior percentagem de co-morbilidades que podem condicionar a mobilidade e comprometer o acesso aos serviços de saúde para realização de MCD. Demonstra-se pertinente aprofundar o estudo sobre as condições de acessibilidade e grau de adesão e satisfação dos utentes, visando uma maior equidade, conforto e menor tempo de espera no acesso aos cuidados de saúde dos utentes que vivem à periferia.