Resumo
O envelhecimento populacional traduz uma realidade irreversível que ocorre nas sociedades do presente a uma escala global, tendo repercussões a vários níveis e convocando múltiplos agentes. O envelhecimento saudável constitui a prioridade em termos da estratégia que orienta os caminhos conducentes ao envelhecimento positivo e configurador do bem-estar (WHO, 2020), carecendo de ser potenciado em estrita articulação com as preocupações de sustentabilidade ambiental (UN, 2015). O presente estudo procura conhecer de que forma a relação com a natureza potencia o bem-estar dos idosos e o envelhecimento saudável. Foi desenvolvido um estudo exploratório de cariz qualitativo abrangendo 15 idosos a viver em comunidade, por via de uma amostra de tipo criterial. Como estratégia de recolha de dados recorreu-se a entrevistas semiestruturadas, as quais foram sujeitas a análise de conteúdo (Bardin, 2016). A população idosa que privilegia os contactos com a natureza (e.g., passear junto a espaços verdes, contacto com animais, jardinagem) demonstra um grande respeito por esta e compreende a necessidade de cuidar do ambiente, adotando medidas protetoras. O ambiente é também visto como um recurso para uma boa saúde (física e mental) com reflexos no seu bem-estar. O envelhecimento saudável constitui um desidrato das políticas públicas e de todos aqueles associados à sua implementação, que obriga a equacionar os contextos de vida incluindo os ambientes naturais nos quais os idosos se inserem.
Referências
Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. Edições 70.
World Health Organization. (2020). Decade of Healthy Ageing Baseline Report. WHO. https://www.who.int/publications/i/item/9789240017900
United Nations. (2015). Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N15/291/89/PDF/N1529189.pdf?OpenElement