Resumo
As alterações demográficas colocam em manifesto a necessidade de revitalizar consciências para a necessidade de promoção do envelhecimento saudável, com saúde, autonomia e a independência durante o maior tempo possível 1. Esta realidade torna-se perentória em idosos que residem em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) devido aos modelos e regras institucionais que acarretam um conjunto de serviços estandardizados que muitas vezes não vão ao encontro das reais necessidades e potencialidades dos seus residentes. Foi neste âmbito que surgiu o projeto “Conversas na aldeia- Aqui há́ vida!” que através da criação de uma Comissão de Residentes visa dar voz a quem usufrui dos serviços da resposta social de ERPI. Num ambiente informal e pouco estruturado 60 idosos com idade superior a 65 anos, serão desafiados 1 vez por mês durante 1 a 2 horas, a debater diferentes temas como alterações de espaços físicos, ementas, horários, sonhos a realizar, novidades e preocupações de assuntos da atualidade. Será utilizado o Mini-Mental State Examination para triagem cognitiva (ponte de corte de 15 pontos como critério de exclusão). As sessões serão avaliadas e monitorizadas através de modelos CANVAS (registos da sessão e relatório de avaliação). Este projeto aspira como resultados esperados melhorar a satisfação e a qualidade de vida dos idosos de ERPI, indo ao encontro das suas expetativas e necessidades, através da sua inclusão dinâmicas intrainstitucionais, devolvendo-lhes assim uma atitude proactiva e capacidade de tomada de decisão e participação no seu novo Lar, porque “Aqui também há Vida”.
Referências
Azevedo, M. (2015). O envelhecimento ativo e a qualidade de vida: Uma revisão integrativa [Dissertação de mestrado, Escola Superior de Enfermagem do Porto]. Repositório Institucional da Escola Superior de Enfermagem do Porto.
Carvalho, M. (2013). Serviço social no envelhecimento. Pactor - Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação.
Crispim, R. (2020). Iniciativas de participação na velhice: O caso das comissões de pessoas idosas em estruturas residenciais. Revista Kairós - Gerontologia, 23(4), 251–277. https://doi.org/10.23925/2176-901X.2020v23i4p251-277
Fonseca, A., Guedes, J., Bradley, D., & Martín, I. (2006). Promoção da qualidade de vida dos idosos portugueses através da continuidade de tarefas produtivas. Psicologia, Saúde & Doenças, 7(1), 137–143.
Fontaine, R. (2000). Psicologia do envelhecimento. Climepsi.
Paúl, C., & Ribeiro, O. (2012). Manual de gerontologia. Lidel.
Pinto, P. (2013). Envelhecimento ativo, capacidade funcional e atividade física: Análise de fatores que contextualizam o processo de envelhecimento e sua perceção por parte de pessoas idosas [Tese de doutoramento, Universidade Nova de Lisboa]. Repositório Institucional da Universidade Nova de Lisboa.
Ribeiro, O., & Paúl, C. (2011). Manual de envelhecimento ativo. Lidel.
Sequeira, C. (2018). Cuidar de idosos com dependência física e mental. Lidel.
World Health Organization. (1999). Health promotion evaluation: Recommendations to policy makers. Report of the WHO European Working Group on Health Promotion Evaluation.
World Health Organization. (2005). Envelhecimento ativo: Uma política de saúde. Ministério da Saúde.